Veteranos brilham em jogo morno, e Lusa e Inter só empatam no Canindé

19-08-2012 20:34

 

 

Dida é quase 16 anos mais velho do que Leandro Damião. O goleiro vai fazer 39 em outubro, enquanto o atacante completou 23 em julho. Dida perdeu uma Olimpíada em 1996, Damião há uma semana. Dida esteve em três Copas do Mundo e Damião é fortíssimo candidato a disputar a de 2014. No empate por 1 a 1, sem grandes emoções entre Portuguesa e Internacional, no Canindé, os astros protagonizaram o encontro mais emblemático. Venceram a experiência e o talento do goleiro, que, sentado, esticou o braço e espalmou a conclusão quase certeira do centroavante.

E justiça seja feita aos técnicos. Se eles não conseguiram fazer seus atletas produzirem um grande futebol, ao menos tiveram estrela. No intervalo, Fernandão colocou Juan para sair do 4-4-2 e implantar o 3-5-2. Conseguiu muito mais. O veterano zagueiro, de 33 anos, em sua estreia, marcou de cabeça o único gol dos gaúchos. Mais sorte ainda deu Geninho, que optou pelo atacante Diego Viana para tentar o empate, e seu pupilo foi puxado na área. Um pênalti polêmico e convertido por Marcelo Cordeiro.

Rafael moura internacional Portuguesa (Foto: Rodrigo Coca / Agência Estado)Rafael Moura recebe a marcação de Léo Silva e Gustavo (Foto: Rodrigo Coca / Agência Estado)

 

 

 

 

 

 

 

A defesa de Dida foi o ponto alto de 90 minutos marcados por disposição pura. Principalmente da Portuguesa, que parece muito consciente de suas limitações e valoriza cada ponto conquistado na luta para se manter na elite do Brasileirão. Vale lembrar que a equipe foi rebaixada no Paulistão, torneio bem mais fácil. Os anfitriões correram demais e conseguiram equilibrar a partida contra os experientes visitantes.

No segundo tempo, em determinado momento, o Inter tinha em campo Kleber, com títulos no currículo desde o século passado, Juan, zagueiro que chegou a peso de ouro após anos gloriosos na Europa, e Forlán, principal craque da última Copa do Mundo. Sem falar na volta de Leandro Damião, artilheiro dos últimos Jogos Olímpicos. Mas o rendimento esteve longe de ser exuberante como sugerem os nomes.

As equipes só voltam a campo no próximo fim de semana, pela última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. A Lusa vai a Campinas para enfrentar a Ponte Preta no jogo do sábado à noite, enquanto os gaúchos terão, certamente, o jogo mais esperado pelos torcedores da competição até agora: o clássico contra o arquirrival Grêmio, domingo, no Beira-Rio. O Inter está três pontos atrás, mas não tem chances de terminar o turno no G-4 por ter três vitórias a menos.

Brilha, Dida!

Para defender uma invencibilidade de sete rodadas, a Portuguesa misturou ímpeto e disciplina tática. Confiante, tocou a bola com desenvoltura no início e, quando teve a posse de bola, colocou quase todos seus jogadores, exceto Dida e os zagueiros, no campo de ataque. Até chegou à área, com a velocidade de Ananias e o bom toque de bola de Léo Silva e Moisés, mas faltou talento individual para deixar o centroavante Bruno Mineiro em condições de vencer Muriel.

Talento individual era o que não faltava ao Colorado. Mesmo com a negociação de Oscar e desfalcado de Dagoberto, D'Alessandro e Dátolo, o time possuía jogadores capazes de resolverem, e ainda tinha o reforço de Rafael Moura, contratado junto ao Fluminense graças ao seu faro de gol. Foi ele quem, após bela triangulação, deixou Kleber na cara do gol. O lateral perdeu a chance de finalizar com o pé bom, o esquerdo. De direita, facilitou a vida de Dida, que depois fez milagre no rebote, quando Damião chutou forte, à queima-roupa.

Não apareceu o talento de Forlán. O melhor jogador da última Copa do Mundo foi recuado para o meio, atrás dos centroavantes, e não rendeu. Fez apenas uma boa jogada pela esquerda, mas o cruzamento não rendeu frutos. Facilmente marcado pela disposição dos jogadores de meio da Lusa, que tiveram muita dificuldade para penetrar na zaga rival.

Volta triunfal e pênalti esquisito

Desde a primeira etapa o técnico Fernandão vinha pedindo que a equipe alterasse o sistema de jogo para o 3-5-2, com o lateral-direito Nei improvisado na zaga e Elton na ala. No intervalo, o técnico "oficializou" a mudança com a entrada do veteraníssimo Juan, de tantas partidas pela seleção brasileira, no lugar de Elton.

Nei ganhou mais liberdade graças à mudança e à desatenção da Lusa. Quando Leandro Damião caiu no meio do campo, os paulistas pararam e Forlán aproveitou para lançar Nei, que perdeu boa chance e chutou fraco, em cima de Dida. Os jogadores da Lusa ficaram revoltados com o lance e reclamaram muito com o uruguaio.

Com Fred no lugar de Rafael Moura e Forlán, finalmente, adiantado, o Inter cresceu e passou a povoar o campo de ataque. Mas o gol só viria numa bola parada. O cruzamento de Kleber encontrou justamente Juan livre. Em sua volta ao futebol brasileiro depois de dez anos, com a camisa 18 às costas, ele abriu o placar.

A Lusa parecia cansada, sem forças para buscar o empate, mas o esforço, nítido em toda partida, acabou recompensado quando o árbitro Nielsen Nogueira Dias viu pênalti de Índio em Diego Viana, em bola levantada na área. Reclamações em vão dos visitantes, que viram Marcelo Cordeiro empatar. Placar justo pelo que ambos apresentaram, ou deixaram de apresentar.

 

Fonte: Globo Esporte

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