Timão bate Náutico e deixa zona da degola

14-07-2012 20:33

 

Danilo marca duas vezes nos 2 a 1 deste sábado, no Pacaembu, e mostra que Corinthians ‘virou a chave’. Timbu sai na frente, mas não segura

 

Meia hora antes do início do duelo entre Corinthians e Náutico, o sistema de som do Pacaembu tocava um dos grandes sucessos do samba nacional: “O show tem que continuar”. É por isso que mais de 23 mil pagantes foram ao estádio para fazer o Timão reagir no Campeonato Brasileiro. Neste sábado, o Timão fez 2 a 1 no Timbu, dois gols de Danilo, venceu pela primeira vez desde a conquista da Taça Libertadores e saiu da zona de rebaixamento, pelo menos até este domingo. O “show” continua, agora pela competição nacional.

Nome fundamental na Libertadores, Danilo voltou a mostrar caráter decisivo. Os dois belos gols do meia fizeram o Pacaembu explodir e reviver o clima de dez dias atrás, nos 2 a 0 sobre o Boca Juniors. O resultado fez o Timão “começar” o Brasileiro. Depois de nove rodadas, são oito pontos somados, mesmo número de Figueirense, Santos e Bahia – todos perdem no saldo de gols. É preciso torcer contra os dois últimos, além do Coritiba, para não voltar à zona da degola.

O Náutico, por outro lado, permanece com 10 pontos, na zona intermediária da tabela. A equipe treinada por Alexandre Gallo até saiu na frente, gol de Elicarlos, mas sofreu o empate no minuto seguinte e se perdeu. O Timbu deixou de ser o algoz corintiano: nos cinco confrontos diretos antes deste sábado, eram cinco vitórias pernambucanas.

Na próxima rodada, o Timão visita o Flamengo na quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Engenhão. No mesmo dia, o Náutico recebe a Ponte Preta nos Aflitos, às 20h30m.

Timbu assusta, Timão se impõe

A volta de Emerson Sheik incendiou o Corinthians e fez o time voltar a apresentar aquele clima da Taça Libertadores. Um time compacto, com sete, oito jogadores atacando e levando perigo ao Náutico. Não à toa, o nome do atacante foi, de longe, o mais festejado pela torcida quando a escalação foi anunciada. Ele logo caiu pelo lado esquerdo e travou boa disputa com a defesa adversária – até cartão amarelo o Sheik levou, por ter caído em campo e não ter saído dele para retornar, procedimento de praxe quando um jogador recebe atendimento médico.

Os corintianos entenderam que era hora de voltar à realidade, tanto que fizeram enormes filas por ingressos para o jogo. A festa e o futebol exibido pela equipe de Tite deixavam claro que o gol seria questão de tempo: Danilo exigiu grande defesa de Felipe em um chute dentro da área, Romarinho abriu a defesa com jogadas em diagonal, tentou um arremate e Felipe, aquele goleiro ex-Santos, quase soltou a bola no meio da área.

O problema é que o Náutico tem um histórico de complicar a vida do Timão, tanto que havia vencido todos os últimos cinco confrontos antes deste sábado. Aos 20 minutos, um mortal contra-ataque confirmou essa sina. Elicarlos, livre de marcação, pôde tabelar com Araújo e finalizar em curva, sem chances para Cassio. O bom volante do Náutico ganhou muito espaço no meio-campo, já que Ralf e Paulinho estavam muito avançados.

A resposta foi imediata, nem deu tempo de o Corinthians sentir o gol. Assim como na Libertadores, o torcedor não precisou sofrer tanto. Aos 22, Paulinho justificou o esforço do Corinthians em mantê-lo no elenco: lançamento preciso, perfeito, no peito de Danilo. O meia só precisou colocar sua categoria em prática para tirar a bola do alcance de Felipe: 1 a 1, explosão no Pacaembu.

O Náutico sentiu demais e parou de atacar. O Timão abria espaços ao trocar passes com paciência, de um lado a outro, e ficou muito tempo dentro da congestionada área dos pernambucanos. Pela direita, Romarinho e Welder mostraram entrosamento surpreendente – o lateral quase fez um golaço ao tentar encobrir Felipe. Apenas Alex destoou. Próximo de deixar o Corinthians, o meia se enrolou em alguns lances e parecia “travado” em campo.

O rei do Pacaembu

Parecia repetição daquela semifinal da Libertadores contra o Santos. O Corinthians martelando, precisando de um gol, e Danilo salvando logo no início do segundo tempo. Logo aos 4 minutos, um endiabrado Emerson iniciou a jogada e lançou na área. A bola beijou a trave duas vezes, com Ronaldo Alves e Paulinho, antes de a bola sobrar para o predestinado Danilo, do lado direito da área. Em vez de tocar com categoria na saída do goleiro, como fez contra o Peixe, soltou a bomba sem chances para Felipe: 2 a 1 Timão.

O Pacaembu ficou ainda mais festivo com um dos jogadores mais importantes do time. São nove gols para Danilo na temporada, todos marcados dentro do caldeirão alvinegro. Merecidamente, teve seu nome gritado por mais de um minuto pelos torcedores corintianos.

Os comandados de Tite deram uma relaxada em campo, e o Náutico tem seus perigos. Araújo, principalmente. Com cinco gols no Brasileirão, o artilheiro do Timbu deixou o lado esquerdo do campo e ficou mais centralizado na área. Em um cruzamento de Kim, faltaram poucos centímetros para o atacante alcançar a bola. Depois, teve um chute travado por Welder. E ainda viu um gol de calcanhar anulado por impedimento.

O Corinthians se posicionou para os contra-ataques. Sem a bola, Emerson ficou na linha do meio-campo esperando uma oportunidade para arrancar. Na metade do jogo, Tite sacou Romarinho e promoveu a volta de Edenílson, fora do time há mais de dois meses por causa de uma lesão. O Timão se fechou ainda mais, “espremendo” os atacantes do Náutico entre os zagueiros e volantes.

Sob o comando de Araújo, o Náutico se abriu, mas centralizou demais o jogo e facilitou a atuação dos zagueiros. Breitner, ex-Santos, entrou para dar mais dinâmica ao meio-campo. O time da casa manteve a postura, e Emerson quase fez o terceiro no único contra-ataque que teve. O Timbu chegou a acertar o travessão já nos acréscimos, mas ficou nisso. O Timão conseguiu “esquecer” a conquista da América para se concentrar no Brasileiro. O Timbu deixou de ser algoz, e agora precisa de atenção para não correr riscos na competição.

Fonte: Globo Esporte

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