Num Jogo que foi para os pênaltis em que Tevez Perdeu Um, Uruguai Vence a Argentina

16-07-2011 21:19

Argentino de nascimento, camisa 1 da Celeste defende chute de Carlitos na disputa de cobranças após empate de 1 a 1. Seleção de Messi cai em casa

Muslera goleiro Uruguai (Foto: Reuters)Muslera fez defesas importantes e ainda salvou
o Uruguai nos pênaltis (Foto: Reuters)

 

Garra, técnica, virilidade e paixão. Com esses ingredientes, Argentina e Uruguai fizeram neste sábado um jogo emocionante que, como não poderia deixar de ser, foi decidido de forma dramática. Após empate de 1 a 1 no tempo normal, a seleção de Forlán  levou a melhor nos pênaltis (5 a 4) e se garantiu nas semifinais da Copa América de 2011. Nascido na Argentina, mas filho de pais uruguaios, o goleiro Muslera foi o herói da Celeste com grandes intervenções na etapa regular do confronto e ainda pegou uma cobrança de Carlitos Tevez na disputa de pênaltis depois da prorrogação sem gols.

Na próxima terça-feira, o Uruguai, que repetiu o feito da geração de Francescoli e companhia na Copa América de 1987 (eliminou a Argentina na casa do rival), vai encarar na semifinal o Peru que, mais cedo, despachou a Colômbia. Neste domingo, Brasil x Paraguai e Chile x Venezuela completam as quartas de final.

Pelo lado derrotado, Lionel Messi, que criou inúmeras chances de gol, segue com um jejum de 16 partidas sem balançar as redes em competições oficiais e foi eleito o melhor em campo. A torcida argentina, que antes do jogo ovacionou o camisa 10, aplaudiu o time após a derrota, mas a festa foi dos dois mil uruguaios presentes no estádio Cemitério de Elefantes.

 


 

Messi Argentina x Uruguai (Foto: AP)

 Lionel Messi encara a marcação de Arévalo Ríos no clássico contra o Uruguai (Foto: AP)

 Começo violento e festa uruguaia

 

Durante a semana, argentinos e uruguaios rasgaram elogios uns aos outros. Na arquibancada, apesar das provocações com Messi e Forlán, o clima harmonioso dava o tom entre os torcedores. Mas, quando a bola rolou... Logo aos dois minutos, o volante Diego Pérez exagerou na vontade e acertou um carrinho violento em Mascherano. O árbitro Carlos Amarilla não pestanejou e deu o amarelo.

Com a vantagem, o Uruguai se entrincheirou atrás esperando a Argentina que, com quatro atacantes, tentava pressionar em busca do empate.

A Argentina respondeu “à altura”, com Gabi Milito fazendo falta na intermediária sobre um rival. Mas pagou caro pela pancada. Na cobrança, Forlán jogou para área, Cáceres subiu mais alto que a defesa albiceleste e cabeceou. O goleiro Sergio Romero espalmou, mas a bola sobrou para Diego Pérez, sozinho, empurrar para o fundo da rede e fazer 1 a 0 para o Uruguai aos cinco minutos.

Com a vantagem, o Uruguai se entrincheirou atrás esperando a Argentina que, com quatro atacantes, tentava pressionar em busca do empate.

 

‘Mimado’ pela torcida, Messi dá presente para Higuaín

 

Depois de quase igualar com Agüero aos 14, os hermanos conseguiram o objetivo três minutos depois. Ovacionado pela torcida em Santa Fé com faixas e muitos gritos de apoio, Lionel Messi recebeu pela direita, cortou Cáceres e colocou na cabeça de Higuaín. O atacante do Real Madrid, como o manda figurino, testou para o chão no canto sem chances para Muslera. 1 a 1.

A jogada inspirou mais ainda o craque do Barcelona que, com lances de efeito, seguia causando pavor na defesa uruguaia que, quando não conseguia parar na bola, apelava para faltas. O juiz paraguaio Carlos Amarilla, que distribuiu dois cartões no começo da partida (além de Pérez, amarelou Zabaleta), apenas contemporizava.

 

Gols anulados e expulsão

 

Aos 30, Messi bateu falta sofrida por ele próprio para Higuaín fazer outro. No entanto, o atacante estava impedido e o tento foi corretamente anulado.

Retrancado, o Uruguai só voltou a incomodar aos 35. Forlán colocou na área, Lugano acertou a trave e, no rebote, Cáceres botou no fundo da rede. O auxiliar Nicola Yegros, entretanto, marcou um impedimento de Suárez que sequer participou do lance controverso.

Dois minutos depois, Diego Pérez, um dos mais viris do time uruguaio, trombou com Gago impedido um contra-ataque argentino. Amarilla não pestanejou e aplicou o segundo cartão amarelo e, na sequencia, o vermelho.

Mesmo com menos um, o Uruguai, aguerrido, seguia incomodando os anfitriões com lances de bola parada. Aos 44, Forlán, jogador mais atuante da Celeste, cruzou para Lugano testar e carimbar a trave de Romero que pulou atrasado na jogada.

Higuain gol Argentina Copa américa (Foto: Reuters)Higuaín comemora com Agüero o gol de empate da Argentina no primeiro tempo (Foto: Reuters)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jogo pegado

Sem mudanças, Argentina e Uruguai voltaram para o segundo tempo na mesma toada da etapa inicial. Ou seja: pressão dos donos da casa e bordoadas. Mascherano, logo aos três, recebeu cartão amarelo após um carrinho por trás em Forlán.

Recuado, o Uruguai segurava o ímpeto dos hermanos e amarrava o jogo que só teve o primeiro lance de perigo aos 14 quando Messi deu belo passe para Agüero chutar com perigo. Na sequencia, disposto a acabar com incômodo jejum de 15 partidas sem marcar em competições oficiais pela Argentina, Messi resolveu arriscar de fora da área. Muslera, bem colocado, segurou firme.

Aos poucos, na base da raça, o Uruguai compensava a desvantagem numérica e agredia um pouco mais a defesa argentina que claudicava com a dupla Burdisso e Gabi Milito, merecidamente amarelada após duas faltas seguidas de um e outro.

Boas chances e Tevez em campo

No entanto, apesar de ver o rival equilibrar o embate, a Argentina seguia criando as melhores oportunidades. Aos 33, Higuaín recebeu na área, girou sobre o marcador e chutou para boa intervenção de Muslera. O Uruguai respondeu logo em seguida com Forlán que recebeu belo passe de Suárez. Romero, corajoso, saiu nos pés do atacante do Atlético de Madri e salvou a pátria albiceleste.

Apagado, o genro de Maradona, Sergio Agüero, deu lugar a Carlitos Tevez que fez jus a pecha de jogador do povo e entrou em campo aos 38 sob muitos aplausos dos torcedores. Mas, logo que entrou, o ex-corintiano quase viu a casa cair com Lugano cabeceando rente à trave de Muslera.

Aos 41, Mascherano exagerou na força e acertou Suárez. Já com cartão, o capitão argentino acabou expulso. Com dez contra dez, a partida ficou mais ainda parelha e emocionante. Tevez, aos 44, quase fez a alegria argentina. Muslera, entretanto, impediu a festa da Pulga e levou o jogo para a prorrogação ao fazer duas defesas "milagrosas" em cobrança de falta de Carlitos e depois no rebote de Higuaín.

Celeste assusta, Higuaín acerta a trave

 Logo no terceiro minuto da prorrogação, Álvaro Pereira quase abriu o placar para a Celeste: o jogador pegou um rebote no bico esquerdo da grande área e chutou forte, rente ao travessão. Logo em seguida, Suárez arriscou de longe, mas mandou para fora.

Aos 13, boa chance argentina quando Higuaín entrou pela esquerda e acertou a trave direita de Moslera. Na sequência da jogada, Pastore tentou de fora da área, mas a bola saiu por cima do gol.

No começo do segundo tempo extra, Forlán roubou a bola da Argentina na entrada da área e bateu de canhota, mas para fora. A resposta dos donos da casa veio com Messi, que dominou quase na linha da grande área e bateu para a defesa de Muslera. Aos seis, Higuaín perdeu mais uma: recebeu na pequena área e ficou cara a cara com goleiro, que desviou para escanteio.

Aos 10, o estádio segurou a respiração por alguns segundos. Messi, que não marca pela seleção há 16 partidas, entrou driblando na área e ficou na frente de Muslera, mas foi atrapalhado pela zaga e não conseguiu marcar. O destino era a decisão por pênaltis.

 

 

 

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